A Prefeitura de Rio das Ostras iniciou, nessa quarta-feira, 8, uma grande operação de fiscalização com objetivo de verificar possíveis adulterações com metanol em bebidas e coibir a comercialização de bebidas falsificadas no município.
A ação reuniu diversos órgãos municipais, como o Departamento de Vigilância em Saúde, a Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), a Coordenadoria Geral de Fiscalização e Postura (Comfis), a Coordenadoria de Defesa Civil, e a Guarda Municipal, além de contar com apoio da Polícia Militar.
De acordo com a prefeitura, a ação inicia um movimento de fiscalização permanente, contando com vistorias a depósitos de bebidas, bares e casas noturnas, em diversos bairros e localidades da cidade.
“Nosso objetivo é fiscalizar bebidas adulteradas em estabelecimentos comerciais no município. Nossos fiscais foram capacitados para identificar esses casos. Na ação, as bebidas apreendidas serão encaminhadas para laboratório, na capital, com o apoio da Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor”, explicou o procurador-geral do município, Renato Vasconcellos.
Conforme a suspeita de casos cresce no país, que já registra 24 casos confirmados, 5 mortes, e outras 235 notificações de casos suspeitos, sendo 5 deles no Estado do Rio, dos quais 60% estão na região, com 2 casos em Cabo Frio e 1 em São Pedro da Aldeia.
Os demais casos suspeitos no Estado do Rio estão no município de Cantagalo, na Região Serrana, e em Volta Redonda, na Região Sul Fluminense, com o caso suspeito de Niterói tendo sido descartado após análises laboratoriais.
Segundo a coordenadora executiva do Procon de Rio das Ostras, Michele Mansur, o objetivo da ação conjunta é proteger a vida dos consumidores, que podem ajudar nas ações de fiscalização denunciando suspeitas de irregularidades.
“A contaminação por metanol mata. Pedimos à população que, se suspeitar que algum estabelecimento comercial está vendendo bebida adulterada ou fiscalizada, nos avise. Para isso, o Procon tem seus canais de denúncia, incluindo o telefone (22) 2771-6581”, esclareceu Michele Mansur.
Para a coordenadora da Vigilância em Saúde, Nirvana Braga, a operação em conjunto, reunindo tantos órgãos municipais, ajuda a potencializar os resultados, garantindo mais afetividade nas ações e aumentando a segurança da população.
“Unir todas as equipes é importante porque dividimos saberes e multiplicamos experiências. Cada um, no seu direcionamento, contribui. Nosso país enfrenta um grave problema de saúde pública com a contaminação de bebidas como metanol, uma substância tóxica e altamente lesiva. Por isso, precisamos identificar e retirar esses itens de circulação o mais rápido possível”, explicou Nirvana Braga.
Além de fiscalizar a venda de bebidas no município, a ação iniciada nessa quarta-feira encontrou outras irregularidades, como a fabricação de gelo ilegal, verificada em um dos estabelecimentos inspecionados durante a operação.
“O depósito não tinha autorização para fabricar o material, o que pode trazer alto risco sanitário. Essa situação é tão grave quanto a questão das bebidas falsificadas”, completou Nirvana Braga.
Segundo a prefeitura, durante a 1ª operação conjunta, foram lavrados autos de infração e apreensão, além de auto de inutilização de bebidas que já haviam passado da validade, com a apreensão de diversas garrafas de bebidas.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas de ingestão de bebidas adulteradas com metanol são visão turva, desconforto gástrico e quadros de gastrite, com a recomendação de procurar imediatamente o médico.
“Os sintomas podem demorar de 6 a 72 horas para aparecer após o consumo da bebida contaminada. Fique atento se você ou alguém próximo apresentar sintomas iniciais: sensação de embriaguez que não passa, acompanhada de náuseas, vômitos, dor abdominal forte ou desconforto gástrico; sintomas neurológicos: dor de cabeça, tontura e confusão mental”, listou o Ministério da Saúde.
O órgão do governo federal recomenda ainda que, ao apresentar qualquer um desses sintomas, especialmente alterações visuais, após a ingestão de bebida alcoólica, é necessário procurar imediatamente o serviço de emergência, seja nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou em hospitais.
“Não espere os sintomas piorarem. A intoxicação por metanol é uma emergência médica. O tratamento rápido é fundamental para evitar danos irreversíveis e salvar a vida do paciente. Existe um antídoto, mas ele precisa ser administrado em ambiente hospitalar o mais rápido possível”, completou o Ministério da Saúde.