A cidade de Rio das Ostras recebeu, nessa quinta-feira, 29, a visita do cônsul-geral de Angola, Matheus de Sá Miranda Neto, que fez parte de uma agenda oficial para a participação no evento “Tigres da Abolição”, realizado na Câmara Municipal.
Contando com a participação de personalidades, ativistas, capoeiristas e artistas negros do munício, o evento homenageou personalidades negras locais de destaque na promoção de ações em prol da cultura afro-brasileira.
“Não tenho palavras para descrever a honra que foi para mim, enquanto mulher e artista negra, poder participar desse evento tão importante para o nosso povo preto! Excelentíssimo Senhor Cônsul Geral de Angola! Obrigada por essa oportunidade e reconhecimento!”, escreveu a cantora Cida Garcia, em publicação nas redes sociais
Organizado pelo Conselho Municipal de Cultura de Rio das Ostras, através da Cadeira de Matrizes Africanas, o evento no Legislativo debateu identidade, ancestralidade, cultura e os laços históricos entre Brasil e Angola.
“Em relação ao pessoal que me acolheu, devo dizer que o pessoal é fantástico, super simpático, e, em relação à minha homenagem, eu acho que presta mais tributo à nossa africanidade, como me referi a pouco tempo. Foi um dia de bastante reflexões, remetemos a um passado presente, à história de alguns afro-brasileiros que terão contribuído, certamente, para a abolição da escravatura, como é o caso de Luís Gama, uma pessoa que eu tenho que ler, tenho que conhecer bem, porque a história dele parece ser bastante profunda”, falou Matheus de Sá Miranda Neto.
Depois do evento na Câmara, o cônsul-geral de Angola foi recebido pela presidente da Fundação Rio das Ostras de Cultura (FROC), Rosemarie Teixeira, que o acompanhou em visitações a equipamentos culturais da cidade.
Entre os locais visitados, estiveram a Casa de Cultura Bento Costa Júnior e o Museu de Sítio Arqueológico Sambaqui da Tarioba, onde o representante de Angola pode conhecer um pouco mais da história do município e dos povos originários da região.
Durante a visita às unidades históricas, Matheus de Sá Miranda Neto conheceu o acervo que conta parte da história do médico que dá nome à unidade, e as escavações arqueológicas e ossadas dos primeiros habitantes da região, de cerca de 4 mil anos.